segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sem guitarra, duo Royal Blood lidera as paradas britânicas

Todo fim de ano, a BBC lança uma lista com nomes da música para se ficar de olho. Às vezes, acertam. Já saíram de lá artistas como Adele e Jessie J. E também o Royal Blood, banda inglesa das boas, como não surgia há tempos no rock.
Na última semana, lançou seu disco de estreia ("Royal Blood"), que recebeu, em geral, críticas bastante favoráveis.
Mas o que mais surpreendeu foram as vendas. Em apenas uma semana, o álbum vendeu 66 mil cópias no Reino Unido, ficando no topo das paradas britânicas e se tornando o disco de rock com a melhor primeira semana de vendas desde a estreia solo de Noel Gallagher, em 2011.
Assim como o White Stripes e o Black Keys, o Royal Blood é um duo. Mas com algumas diferenças fundamentais. A primeira é o som barulhento que faz lembrar bandas mais pesadas como o Queens of the Stone Age.
Andrew Whitton/Divulgação
Mike Kerr (à esquerda) e Ben Thatcher, o duo Royal Blood
Mike Kerr (à esquerda) e Ben Thatcher, o duo Royal Blood
A segunda é que, no caso deles, não há guitarra, só baixo. E é quase impossível notar a falta do instrumento, mesmo após vê-los tocar ao vivo, tamanha a potência e a distorção do baixo tocado pelo vocalista Mike Kerr.
"Sei que esse é um dos nossos grandes diferenciais, por isso tentamos manter em segredo como chegamos a esse som", diz ele.
EX-CHEF
Kerr e seu parceiro musical, o amigo de longa data Ben Thatcher, já tocaram juntos em alguns grupos antes, mas largaram tudo (inclusive os empregos em um pub, no caso de Thatcher, e o de chef, no de Kerr) ao perceber o potencial que tinham como duo.
De alguns encontros em 2013 na cidade dos dois, Brighton, nasceram as primeiras músicas do Royal Blood. "Pensamos: Agora podemos sair e começar a fazer shows'. Mas não levamos muito a sério, para nós era diversão", diz o vocalista.
E foi isso o que fizeram por cerca de um ano, fazendo shows com repertórios que variavam entre quatro e oito músicas, entre elas as ótimas "Out of the Black" e "Come On Over".
Com esses shows, captaram a atenção do empresário da bem-sucedida banda Arctic Monkeys, que logo os contratou e apresentou para seus clientes famosos. "Como conseguimos que ele se tornasse nosso empresário? Fácil: Pagamos milhões de libras", brinca Kerr.
Pouco tempo depois, o baterista dos Monkeys, Matt Helders, tocou com uma camiseta da banda no festival de Glastonbury.
"Ele ligou perguntando se tínhamos camisetas porque ele queria usar uma no festival. Nós não tínhamos, mas fizemos uma no desespero", conta Kerr. A banda acabou abrindo para o Monkeys em algumas ocasiões depois.
Desde então, eles não tiveram mais sossego. Têm feito shows sem parar, inclusive em alguns dos principais festivais de rock do mundo.
Folha, CAROL NOGUEIRA
ROYAL BLOOD
ARTISTA Royal Blood
GRAVADORA Warner
QUANTO US$ 7,99 (cerca de R$ 18) na Amazon 


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